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Sexo, afeto e projetos comuns são pilares do casamento, defende especialista
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Por: Elane Gomes
Nos últimos meses acompanhamos a discussão em torno da divisão da herança do apresentador Gugu Liberato, morto em um acidente doméstico, nos Estados Unidos, no mês de novembro de 2019. O apresentador mantinha uma relação amorosa com a mãe dos seus filhos, Rose Miriam e na partilha de bens não dispensou nenhuma parte para a mulher, o que gerou uma disputa judicial intensa entre os familiares de Gugu Liberato e Rose Miriam. Esse tema gerou muita repercussão entre as pessoas. O relacionamento entre homem e mulher só é caracterizado como casamento se há a atividade sexual?
A Revista Consulta se interessou pelo assunto e buscamos uma forma de entender a situação a partir da ótica da psicologia. Convidamos a terapeuta de casais e psicóloga, Rosa Batista, para nos ajudar em algumas questões que surgiram com o caso de Gugu Liberato.
Perguntamos a Rosa Batista o que realmente caracterizava um casamento? Pode até parecer estranho, mas de acordo com as técnicas utilizadas em terapias de casais, a consumação da relação conjugal só acontece com a existência de três pilares: sexo, afeto e projetos em comum.
“O casamento, de fato, só passa a existir após a presença das relações sexuais, pois acredita-se que o contato sexual é o ponto mais alto da intimidade de um casal. Quando um casal está junto e não tem o sexo, esse relacionamento tem como base a amizade. É uma relação mais amigável que conjugal. Quando orientamos casais em processo terapêutico, frisamos que os três pilares do casamento são: a relação sexual, o afeto e projetos em comum. Realizar os três juntos não é uma obrigação, mas o casamento precisa ser um equilíbrio desses três fatores”, revela.
Relação sexual e o diálogo
Não é raro que, durante um casamento, as pessoas acabem se acomodando em relação ao sexo e deixem em segundo plano a atividade sexual do casal por meses e até anos. Alguns motivos são naturais, como: crises financeiras, a chegada de um bebê, estresse no trabalho. Mas, é importante ficar atento à saúde sexual do casal, para que se mantenha a intimidade e o desejo entre ambos.
A psicóloga Rosa Batista ainda ressalta que somente casais mais idosos é que são liberados dessa frequência sexual conjugal, mas isso por questões de saúde. “Todos os tipos de casais precisam de certo grau de intimidade e o sexo é um momento muito íntimo e por vezes, serve de medida para o entendimento geral do relacionamento. Porém, quando se chega a terceira idade, as pessoas já não apresentam tanto vigor neste quesito, muitas vezes por problemas de saúde ou distúrbios fisiológicos e a presença do sexo não se faz tão importante”, afirma.
O importante mesmo é ocorrer sempre o diálogo, seja qual for a relação e a idade do casal. Até a concretização do romance em casamento, o casal deve manter a conversa e a conciliação sempre em primeiro lugar. “Mesmo, o contato sexual sendo necessário no relacionamento dos casais, sem o diálogo e o entendimento do lugar do outro na construção do casamento, nada funcionará em sua plenitude. Então, sempre que aconselho relacionamentos falo dos pilares para manter um casamento saudável, mas ressalto que o diálogo deve sempre estar presente em qualquer situação. Pois tudo é possível solucionar”, finaliza.