
Autocuidado
Distanciamento social e a solidão
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Por: Mayara Almeida
O distanciamento denuncia algo que já havia na vida das pessoas, mesmo que silenciosamente. Por essa razão, esse momento vem afetando de maneira mais intensa o equilíbrio emocional, trazendo sintomas como a frustração, o tédio, a raiva, a irritabilidade e a insônia.
No distanciamento social, a casa nem sempre se torna um local confortável. Acredito e confirmo a importância de manter uma rotina amena: valorizar o autocuidado, fazer exercícios físicos, aprender algo novo, mas respeitando os seus limites e interesses. A terapia online tem sido uma saída transformadora e não perder de vista os contatos a partir do uso da tecnologia para que estar sozinho não se torne solidão.
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Apesar de ser uma alternativa de distração recorrente, o uso das redes sociais em excesso pode ser prejudicial. Para quem mora sozinho, é importante perceber e identificar quais outras tarefas podem ser realizadas, de modo que o uso intenso da internet não atrapalhe o bem-estar e outras atividades que venham a surgir durante o dia.
Tenho readaptado a prática profissional para entender e atender no período de isolamento social. A minha vida foi totalmente alterada no ultimo ano e a minha maneira de lidar com a pandemia é uma maneira que fala, porque eu escrevo, eu converso, eu reflito, eu procuro estratégias para atravessar e construir uma situação menos difícil, menos pesada.
É um processo de readequar a solidão e torná-la um momento de solitude em que se reconhece a necessidade de estar sozinho e poder aproveitar a experiência. Eu estou ciente de que há uma diversidade de maneiras de lidar com tudo isto, pois não estamos todos no mesmo barco. Eu sigo tentando regar, como já citei no último texto do ano passado, uma esperança por dia.